AEEEEEEEEEEEEEEEE
Estava ansiosa para junho, pois eu, parte da comunidade LGBTQIA+ farei post's em relação a esses 30 dias de orgulho. Hoje vou contar como me assumi lésbica para minha mãe.
No primeiro ano do ensino médio, (2016) eu senti atração por uma menina da minha sala. Ao conversar com ela, ao conhece-la, me sentia cada vez mais atraída. No meio de uma conversa no nosso grupo de amigos, ela comentou que já havia ficado com meninas, então, depois de um tempo, comentei que teria coragem de ficar com ela e lhe pedi um beijo.
Dias se passaram, não comentamos sobre isso e deixei rolar o que fosse pra ser. Saímos juntas, fizemos trabalho juntas e até nos desentendemos. E foi ai que rolou o beijo.
Na hora do intervalo, ela e sua amiga me chamou para ir no banheiro. Na minha cabeça pensei: ''essa menina vai me bater'' que nada, quando menos vi já tava era beijando. Só sei que me agachei no chão com a mão na cabeça, não acreditando no que tinha acontecido e no quão bom foi ficar com alguém do mesmo sexo.
Ai vocês me perguntam, Aline, foi ai que você se descobriu lésbica? Claro que não.
Vamos para 2017 onde tudo o que tinha para acontecer com a garota do primeiro beijo aconteceu, desde uma paixão não correspondia á decepções.
Ela havia se mudado e a emocionada aqui já não sofria mais pelo o que tinha acontecido e nem ficado com mais nenhuma uma menina.(apesar de ter ficado com uma amiga dela em comum no meio disso tudo) Pois não queria me rotular, se me desse vontade de ficar com uma menina eu ficaria e ponto. (minha confiança e atitude na época era incrível) mas uma aluna nova surgiu na minha classe, assim que bati o olho nela meu interesse apitou e ai a ficha caiu. Disse para minha mesma, ''é, você é sapatão''
Tive pouco papo com a aluna nova, nada de flerte, só amizade mesmo. Apesar de ter chegado a contar que tinha crush nela, nada foi adiante.
Descoberto minha sexualidade, fui vendo vídeos, pesquisando e até mandei um e-mail para o canal Apto202 contando do medo da sociedade me julgar pela minha orientação. Fora isso, até hoje não tive nenhum problema em me aceitar.
Meio do ano de 2018, fui fazendo amizade com uma menina de outra sala. Detalhe, antes mesmo de conhecer ela e se não me engano no começo do ensino médio (antes de me descobrir do vale) eu a olhei na entrada da escola e pensei ''ainda vou namorar essa menina.'' Dito e efeito. (namoramos em 2019)
Ela sempre me tratava com carinho, me acompanhava até o mercado que ficava próximo de sua casa, quase todos os dias saía da escola para sua casa e até no banco ela foi comigo. Ela não sabia mas já desconfiava que ela tinha uma queda por mim, demorei, mas também tive por ela. Até que em um belo dia a gente ficou.
Ficando com ela, senti a necessidade de falar para minha mãe que gostava de mulheres. Dia 31 de agosto de 2018, conversando com a predestinada namorada e olhando para minha mãe que estava no quarto, decidi que era hora. Tive uma conversa breve e descontraída onde eu ouvi ''você já é grande e sabe o que faz.'' Graças á Deus e quase sem nenhum preconceito familiar, esse ano fará 4 anos que sou assumidamente uma mulher mais colorida.
